quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

UM DOS PAPAS ESCREVEU UM LIVRO ERÓTICO


Antes de ser o Papa Pius II, Aeneas Sylvius Piccolomini era poeta, estudante, diplomata, e rakehell. E um autor. Na realidade, ele escreveu um best-seller. As pessoas da Europa do século XV não se cansavam de sua novela latina "Historia de duobus amantibus". Um artigo em uma publicação escolar de literatura reivindica que "Historia" "era sem dúvida um das histórias mais lidas em todo o Renascimento". A edição de Oxford dá uma resenha do enredo: "A gandiosa história conta sobre o amor ilícito de Euralius, alto-oficial da corte do Imperador Sigismund [alemão], e Lucres, uma senhora casada de Siena [Itália]".

Provavelmente foi escrito em 1444, mas a primeira impressão conhecida é da Antuérpia, em 1488. Na virada do século, tinham sido publicadas 37 edições. Por volta de 1553, o livreto apareceu em inglês sobre o maravilhoso e antiqüado título "A agradável história da nobilíssima e bela senhora Lucres, da nobreza em Tuskane, e de seu amante Eurialus, muito agradável e deleitável ao seu leitor".



Apesar do óbvio interesse histórico desse arcáico pornô do Vaticano, ele nunca foi traduzido para linguagem contemporânea. (As passagens citadas abaixo marcam a primeira vez que o livro apareceu em inglês moderno). Os anos de 1400 sendo o que foram, a ação é bem "doméstica" para padrões de hoje. Em um certo ponto, Euralius escala uma parede para estar com Lucres: "Quando ela viu seu amante, ela o apertou em seus braços. Deram abraços e beijos, e à toda vela eles seguiram as suas luxúrias e cansaram Vênus, agora com Ceres, e agora com Bacchus se refrescaram". Livremente traduzido, que a últimaparte significa que eles transaram, então comeram, então beberam vinho.

Sua Santidade descreve a próxima vez eles se engancharam:

"Assim, falando um com o outro, eles foram para o quarto, onde tiveram uma noite tal nós jugamos que os amantes Páris e Helena tiveram depois que ele a levou, e foi tão prazeiroso que eles acharam que Marte e Vênus nunca tinham experimentado tal prazer..."


"Sua boca, e agora seus olhos, e agora suas bochechas ele beijou. Baixando suas roupas, ele viu tal beleza como ele nunca tinha visto antes. "Eu acredito que eu achei mais", disse Euralius, "do que Acteon viu de Diana quando ela se banhou na fonte. O que é mais agradável ou mais justo que estes membros?... Ó, pescoço justo e peitos agradáveis, são vocês que eu toco? É você que eu tenho? Você está em minhas mãos? Ó, membros roliços, ó, doce corpo, eu o tenho em meus braços?... Ó, beijos agradáveis, ó, queridos abraços, ó, doces mordidas, nenhum homem vivo é mais feliz que eu sou, ou mais abençoado"... Ele cansou, e ela cansou, e quando eles terminam, eles não estavam cansados. Assim como Atenas, que se levantou do chão mais forte, após a batalha eles eram cobiçavam mais guerra."


"Mas Euralius não é só um cachorro tarado. Ele encera filosófia sobre o amor para a esposa-doprimo Lucres."

"Você sabe que o homem é propenso a amor. Se é virtude ou vício, reina em todos lugares. Não há coração de carne que não sentiu as picadas de amor algum dia. Você sabe que nem o sábio Salomão nem o forte Sansão escaparam desta paixão. Além disso, a natureza de um coração aceso e um amor tolo é essa: mais é permitido, mais ele queima, e nada pode curar mais rápido que obter seu amor. Houveram muitos, tanto no nosso tempo quanto nos de nossos anciões, cujo amor tolo foi a causa de morte cruel. E muitos que, depois de sexo e juras de amor, deixaram de queimar. Nada é melhor que quando o amor gruda em seus ossos, que cedem ante a chama, para esses que se esforçam freqüentemente contra a tempestade da destruição, enquanto esses que
dirigem com a fuga de tempestade."

Além sexo e sabedoria, a história também contém muito humor, como quando o marido de Lucres pede emprestado um cavalo de Euralius:

"Ele diz a ele,'Se você saltar em meu cavalo, eu farei a mesma coisa a sua esposa'.

Papas não escrevem mais livros assim!

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